Esperança Sentido Horizonte
Veja que a esperança está presente em todos os gestos e decisões; para tudo, esperança é o sentido. Mesmo nas pequenas ações do dia a dia, percebemos uma projeção para o futuro, pois ninguém se realiza sem a expectativa de que algo aconteça e se seja diferente. Assim, entendo que a esperança é um fundamento imediato e universal da vida humana. Ela não se reduz a um desejo extraordinário nem a um luxo psicológico, mas se revela como parte essencial da existência.
Na minha proposta, a esperança não é um sentimento egocêntrico, mas relacional. Ela se expressa na convivência consigo mesmo, com o outro e com o mundo. Por exemplo, uma mãe que se sacrifica pelo bem da filha realiza-se ao ultrapassar seu próprio limite em direção a um valor maior. Dessa forma, a esperança torna-se um movimento em prol de si, mas sempre no e pelo mundo. Na minha experiência de psicoterapeuta, observo que é essa força silenciosa que sustenta a continuidade da existência, mesmo diante das adversidades, pois oferece direção e consistência ao cotidiano.
© Direitos Autorais – Bacellart Psicólogo experiente da USP. O ensaio aqui publicado pode ser reproduzido, no todo ou em parte; desde que citado pelo autor e pela fonte.
Esperança Sentido Horizonte e Cuidado:
Com efeito, percebo que o cuidado é uma forma concreta para qual a esperança se realizar. Vivemos cuidando do que consideramos significativos: pessoas, afetos, ideias, projetos. Analogamente, sem esperança o cuidado se esvaziado, pois perde a motivação que o orienta. O cuidado é, portanto, a expressão viva da esperança. Ela se traduz nas ações práticas que mantêm o futuro aberto a novas possibilidades. Assim sendo, esperança e cuidado se entrelaçam, sustentando a lida de cada dia.
Na minha experiência clínica, o que mais noto não é a ausência de esperança, mas a dificuldade em reconhecê-la em situações simples. Mesmo quando o sofrimento domina, há, ainda assim, uma força discreta que busca o retorno ao sentido. Afinal, toda tentativa de seguir adiante confirma a presença da esperança como impulso vital.
Esperança Sentido Horizonte de Realização:
Primeiramente, considere que a realização humana acontece quando uma pessoa percebe que seus gestos mantêm relação com um horizonte de sentido. Nesse ponto, Heidegger me inspira a compreender o ser humano como aquele que é constantemente lançado em possibilidades. No entanto, Winnicott amplia essa visão ao evidenciar o valor dos vínculos humanos e do ambiente acolhedor, que permite sustentar o desejo e o cuidado. Dessa maneira, a esperança revela-se tanto no gesto existencial de projetar-se quanto na confiança em que algo pode florescer.
Na minha proposta, viver com esperança é aceitar que o futuro não está pronto, mas se constrói a cada encontro e decisão. É um modo de estar no mundo que inclui a abertura ao inesperado, regularizando, inclusive, os limites e as incertezas. Ainda que haja dor, persiste a esperança como disposição para recomeçar.
Esperança como Cuidado/Fazer:
De acordo com a ontologia heideggeriana, a esperança se manifesta como um existencial , ou seja, um modo próprio do ser humano de estar em relação com o tempo e com o mundo. Ela participa da constituição do cuidado – esse movimento fundamental de envolver-se com o que tem sentido. Na minha experiência, percebo que a esperança impulsiona o fazer, alimenta o enfrentamento e sustenta o compromisso com o amanhã.
Para resumir: quando o sentido do porvir se fecha e a pessoa sente que o futuro não guarda novidade ou transformação, ocorre o declínio da experiência. Nesses momentos, o cuidado enfraquece e abre espaço para a apatia ou o desespero. Por isso, entendo que manter viva a esperança — na escuta, no encontro e na presença — significa cuidar da própria condição de ser.
Esperança Sentido Horizonte – Saúde do sentido:
Proponho que o sentido é a esperança: sem expectativa de mudança, novidade ou realização, uma vida sem esperança é insuportável. Ela se torna vulnerável à depressão e ao desejo de abreviar o inovador. Esse diagnóstico e proposta tornam a esperança um existencial central. Isso ao lado da angústia e do cuidado, na estrutura do ser humano segundo Heidegger e na minha prática clínica.

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